Sugerimos que seja lido e debatido desde já, junto ao seu grupo de educadores e educadoras ambientais.
Comentem aqui as sugestões de complementações e modificações.
Sistematizaremos as sugestões e levaremos para os debates do Congresso.
Boa leitura e bons debates!
MANIFESTO Lusófono-Galego pela Internacional da Educação Ambiental
Os participantes do Congresso Lusófono-Galego de Educação Ambiental, realizado no período de 24 a 27 de setembro de 2007, em Santiago de Compostela, tendo em vista:
a generalizada crise ambiental, que tem as questões do aquecimento global e das mudanças socioambientais planetárias como a parte mais visível de um mal muito mais profundo que nos acomete e se avoluma em depressão e pânico, degradação dos sistemas naturais e da qualidade de vida de grandes parcelas das sociedades e violências de todos os tipos em nosso cotidiano e entre grupos e nações;
as inúmeras manifestações de pessoas e grupos dispersos por todo o Planeta, procurando enfrentar a apatia, o diversionismo e a alienação, em seu cotidiano, nos meios de comunicação de massa, nos governos e no modo de produção e consumo, a partir do envolvimento individual e coletivo em ações pela VIDA;
as ações, ainda que tímidas, das Nações Unidas, declarando a Década de 2005 a 2014, como a da “Educação para o Desenvolvimento Sustentável”, enunciando as “Metas do Milênio” e divulgando os relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas);
os documentos internacionais, elaborados a inúmeras mãos, como o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, a Carta da Terra, a Carta das Responsabilidades Humanas, o Manifesto pela Vida, o Programa Latino Americano e Caribenho de Educação Ambiental, dentre outros;
incitam as populações de seus países e comunidades e as pessoas de todas as raças, religiosidades, culturas, etnias, conhecimentos e saberes, habitantes deste pequeno e ainda belo Planeta, comprometidas com a manutenção e melhoria da vida em toda a sua extensão, temporalidade e diversidade, a:
construirem um movimento internacional por uma educação ambiental (EA) crítica, participativa e emancipatória, construída com todas as pessoas de cada base territorial deste Planeta, através de projetos políticos e pedagógicos que enunciem a perspectiva de permanência, continuidade e articulação das iniciativas neste sentido;
realizarem ações sincronizadas pela VIDA, entre paises e comunidades de línguas portuguesa e galega, com a perspectiva de estimular outras comunidades lingüísticas e regionais, a elaborarem e implementarem programas regionais, nacionais e internacionais de EA;
assumirem compromissos e responsabilidades, individuais e coletivos, na valorização e fortalecimento de modos de produção e consumo, valores e conhecimentos, comportamentos e atitudes, que possibilitem a superação da atual e alarmante crise socioambiental, que além de colocar em perigo a sobrevivência dos humanos e de inúmeras espécies animais e vegetais e sistemas naturais com os quais compartilham o Planeta, mantém excluídos dos benefícios do atual modo hegemônico de desenvolvimento bilhões de humanos, com grandes parcelas deles com acesso precário à água, alimentos, moradia, atendimentos básicos de saúde e educação, à vida segura, pacífica e aos direitos humanos fundamentais;
reivindicarem e exercitarem o compromisso com o diálogo e a participação de todos, na superação das vias autoritárias, tecnocráticas e simplificadoras, na busca e construção de soluções para as questões socioambientais que nos afligem;
reafirmarem os termos do Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, aprovado pelo Fórum Internacional de ONGS e Movimentos Sociais, durante a Rio92, comprometendo-se com a sua implementação, a ele agregando pontos debatidos e enfatizados como prioritários por este Congresso:
Ação direta e pacífica em favor da paz e da não violência;
Compromisso com a segurança alimentar de todos os humanos para que cada um possa comer a quantidade e a qualidade necessária para a sua vida;
Plantar a Vida – sementes, árvores e outros vegetais, mas também promovendo a alegria e felicidade das pessoas e ações pela qualidade das águas, dos solos, dos animais (combatendo o tráfico de animais e parando ou diminuindo o consumo de carne);
Cultivar a simplicidade, consumir menos e com responsabilidade, buscando produtos e processos menos impactantes no ambiente e nas vidas humanas e que gerem mais benefícios sociais;
Diálogo e integração entre as várias dimensões do SER – criativa, cognitiva, afetiva, física, biológica e espiritual;
Buscar coerência entre os nossos atos e discursos ambientais;
Estimular o debate e trabalhar os conflitos de forma pró-ativa, simpática, inclusiva e educacional;
Educar os filhos e dialogar com todas as pessoas, sobre, para e com atitudes, comportamentos e valores em prol da construção permanente e continuada de sociedades sustentáveis.
(a estes itens se agregariam outros advindos dos debates em cada país e no evento)
Anexo: Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, acesse pelo link www.5iberoea.org.br/index.php?secao=secoes.php&sc=113&sub=MCwx&id=73
Um comentário:
Aco que o manifesto pode ser um bom começo de um movimento internacional para fortalecimento da EA, para além das ações individuais em relação à crise ambiental. Podemos utilizá-lo como estímulo aos países para desenvolver ações sinérgicas e de âmbito coletivo em relação à EA para o enfrentamento das mudanças ambientais.
abçs, Maura
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